Olá!
Ontem à noite, enquanto tomava banho e me cuidava no banheiro, eu escutava o Davi e o papai na maior farra no quarto. Eram gargalhadas, gritos e muita bagunça vindo de lá. Foi tomando conta de mim um sentimento muito gostoso de satisfação naquele momento. De repente, comecei a lembrar do dia do parto e dos primeiros dias depois que o Davi nasceu e pensei: como nossa vida é uma caixinha de surpresas!
Fui remetida até aqueles dias e o sentimento mudou um pouco. Não que tenha sido um sentimento ruim, mas poderia ter sido melhor. Vou explicar:
Davi nasceu quinze dias antes do previsto. Eu achava que estava 100% preparada, mas não, não estava. No momento do parto, assim que escutei o chorinho dele, logo senti um calafrio imenso, sim, era um medo inexplicável, do tipo: E agora, o que eu faço? Como devo reagir? Sim, eu estava muito feliz, mas estranha também.
Na hora de amamentar, eu fiquei muito, mas muito insegura mesmo, apesar de ter recebido orientação na maternidade, o bebê não estava sugando o leite direito e tinha fome, chorava muito. Eu me sentia frustrada, talvez não tenha recebido orientação e atenção necessária depois que fui para casa e simplesmente depois que tive mastite (uma inflamação no seio, por manipulação incorreta e acúmulo de leite “empedrado” que dói horrores) não consegui mais amamentar e só ofereci fórmula para ele.
Fui para a casa da minha mãe, ao invés de me adaptar na minha, acho que errei nesse ponto, pois depois que fomos para a nossa, tivemos toda uma nova adaptação, Davi chorava muito estranhando o lugar, enfim…tudo muito difícil.
Não digo que tive depressão pós parto, mas foi um período delicado de muito aprendizado para mim. Foram dias difíceis de lidar com esse turbilhão de sentimentos que eu tinha, ao mesmo tempo em que eu sabia que agora havia um ser totalmente dependente de mim. Acho que isso foi o que me deixou mais apreensiva, eu pensava: “Não tenho o direito de me sentir assim”.
Gente, uma coisa eu digo: sei que o bebê que acaba de chegar é a estrela principal, a celebridade do momento. Porém, a mamãe que acaba de entrar num mundo totalmente novo e desconhecido, também merece total atenção e ela, de certa forma, fica ali, mesmo que inconscientemente esperando por um help. É um momento de muita fragilidade e merece também paciência e compreensão.
Claro, que essa fase passou e depois já nem pensava mais nessas coisas, mas foi um momento marcante para mim.
Hoje tenho orgulho da forma como lido com a maternidade e cada dia que aprendo algo novo, seja lendo, trocando experiências com outras mamães ou na prática mesmo, com os erros e acertos, fico mais realizada.
Se um dia vier o “segundinho”, terei tirado muitas lições da minha primeira vez e posso garantir meu esforço maior, mais paciência e persistência nas dificuldades que aparecerem.
Lembrem-se sempre que tanto bebê, quanto a nova mamãe que nasce são personagens principais na nova história que se inicia!
Voltando a falar de ontem, depois que me lembrei de tudo isso, saí do banheiro e fui logo ver aquela festa na cama. Chegando lá, ouvi aquele pitico suado de tanto brincar olhar pra mim e dizer: “vem cá mamãe” Ahhhhhhh isso é melhor do que tudo no mundo!
Amo ser mãe!
♥